Marcas no DNA podem amplificar respostas a estresse. por Heidi Ledford, em Nature News. Vítimas de suicídio com histórico de abuso durante a infância têm maior probabilidade de serem portadoras de mudanças químicas em seu DNA que poderiam afetar como elas respondem ao estresse na idade adulta, um estudo descobriu. Aquelas sem histórico de abuso infantil não mostraram o mesmo padrão de modificação do DNA, e tiveram expressão normal de NR3C1, um gene ligado às respostas ao estresse. Mas as descobertas não significam que o efeito do abuso infantil é indelével, ressalta Joan Kaufman, uma psicóloga da Yale School of Medicine em New Haven, Connecticut, que não estava envolvida no novo estudo. "Os efeitos de longo prazo do abuso infantil não são inevitáveis," ela diz, "e quanto mais você entende sobre os mecanismos de risco, mais você pode inventar tratamentos." Os resultados, relatados hoje em Nature Neuroscience¹, são a continuação de trabalhos que mostram que filhotes de rato que se estressaram porque foram criados por mães negligentes têm grupamentos metil extras em seu DNA numa região do genoma que controla a expressão de Nr3c1, o gene equivalente em ratos. Tal 'metilação' pode reduzir a expressão gênica. O NR3C1 codifica para uma proteína expressada em neurônios que responde a hormônios chamados glicocorticoides. A expressão menor de NR3C1 poderia ser prejudicial porque respostas reduzidas a esses glicocorticoides foram ligadas a estresse mais severo.
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Abuso infantil deixa 'cicatrizes' duradouras…
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Marcas no DNA podem amplificar respostas a estresse. por Heidi Ledford, em Nature News. Vítimas de suicídio com histórico de abuso durante a infância têm maior probabilidade de serem portadoras de mudanças químicas em seu DNA que poderiam afetar como elas respondem ao estresse na idade adulta, um estudo descobriu. Aquelas sem histórico de abuso infantil não mostraram o mesmo padrão de modificação do DNA, e tiveram expressão normal de NR3C1, um gene ligado às respostas ao estresse. Mas as descobertas não significam que o efeito do abuso infantil é indelével, ressalta Joan Kaufman, uma psicóloga da Yale School of Medicine em New Haven, Connecticut, que não estava envolvida no novo estudo. "Os efeitos de longo prazo do abuso infantil não são inevitáveis," ela diz, "e quanto mais você entende sobre os mecanismos de risco, mais você pode inventar tratamentos." Os resultados, relatados hoje em Nature Neuroscience¹, são a continuação de trabalhos que mostram que filhotes de rato que se estressaram porque foram criados por mães negligentes têm grupamentos metil extras em seu DNA numa região do genoma que controla a expressão de Nr3c1, o gene equivalente em ratos. Tal 'metilação' pode reduzir a expressão gênica. O NR3C1 codifica para uma proteína expressada em neurônios que responde a hormônios chamados glicocorticoides. A expressão menor de NR3C1 poderia ser prejudicial porque respostas reduzidas a esses glicocorticoides foram ligadas a estresse mais severo.