Manifesto de lançamento
VOLUCIONISMO tem sido usado pejorativamente por pessoas de cosmovisão sobrenaturalista para tratar injustamente a aceitação da Teoria da Evolução como se fosse uma doutrina paralela a outras, como se fosse uma aceitação acrítica de dogmas e postulados inverificáveis acerca dos processos que se passam nas espécies vivas deste planeta.
Não há, neste sentido, tal doutrina. A aceitação de um fato da natureza não implica num "ismo" que concorra com outros na sedução de mentes como se houvesse outra alternativa válida a ser aceita. Não há alternativa científica à Teoria da Evolução, pois ela perpassa transversalmente todos os campos de estudos sobre os seres vivos, e é bem-sucedida na explicação de origem das entidades e fenômenos biológicos como nenhuma outra abordagem. Quando se fala em EVOLUCIONISMO aqui, o aspecto posto em foco é outro: o poder explicativo desta forma de pensar divulgada por Charles Darwin e Alfred Russel Wallace. Por poder explicativo, entende-se solidez como teoria filosófica. E em Filosofia sim, todas as alternativas têm lugar, não porque todas explicam bem, não porque todas são críveis, mas porque a mente filosófica admite considerar todas (o maior número possível) antes de descartar a maioria (porque o número de explicações plausíveis é evanescentemente pequeno em relação ao número total de explicações concebíveis). Portanto, EVOLUCIONISMO não é doutrina. É um modo de pensar. Além de ser uma boa teoria filosófica, alcança sua expressão na teoria científica que é a espinha dorsal da Biologia moderna. "Se recusas todas as sensações, não terás mais possibilidade de recorrer a nenhum critério para julgar as que, entre elas, consideras falsas. (...) Cingindo-se bem aos fenômenos, podem fazer-se induções a respeito do que nos é invisível. (...) Deve recordar-se sempre o método da multiplicidade [de causas possíveis para os fenômenos naturais]." Epicuro de Samos