Saturday February 23, 2013
Anonymous: Os fósseis poliestrata não são prova de que a datação geológica é necessariamente falsa? Os pressupostos da datação radiométrica advém de onde? Se todos os elementos dessas datações eram 100% radioativos, o que aconteceu para evitar que eles decaíssem durante os 9 bilhões de anos antes da formação da terra?
Não, os fósseis ‘poliestrata’ são completamente consistentes com as datações dos sedimentos (mesmo por que eles não são tão poliestrato assim), apenas mostrando que pode haver ampla variação das taxas de sedimentação, como, por exemplo, quando ocorre soterramento por lama, como também indicam que muitas das árvores poliestrato na realidade continuaram vivas após terem sido parcialmente soterradas por muito tempo até uma próxima camada tê-las sepultado definitivamente, além de existirem fósseis de raízes de outras aves que cresceram sobre estes estratos depois que simplesmente não são consistentes com qualquer interpretação criacionista literalista [Veja sobre esta questão esta resposta aqui, o verbete o TalkOrigins FAQ sobre isso, ‘“Polistrate” Tree Fossils’ e o vídeo abaixo].
Sobre de onde advêm os pressupostos da datação radiométrica, eles vêm do conhecimento das taxas de decaimento de isótopos, que são determinadas em laboratório e sob diversas condições, e do conhecimento dos mecanismos de formação de rochas e cristais que ao se formarem capturam e, ao se resfriarem, enclausuram e isolam do ambiente os isótopos presentes, a partir de quando o tique-taque radiométrico começa e assim pode-se estimar as datas a partir das quantidades relativas de isótopos pais e filhos. Portanto, os pressupostos por trás deste tipo de método advém de nossos melhores conhecimentos de física nuclear e geofísica, entre outras áreas do conhecimento. Para compreender mais sobre como funcionam os procedimentos de datação por radioisótopos aconselho a leitura de uma resposta anterior a uma pergunta sobre este tema aqui.
É importante esclarecer que a maioria dos isótopos de elementos mais pesados que desintegram-se radioativamente não foram formados durante o Big Bang como você parecesse pensar (9 bilhões anos + 4,5/5 bilhões de anos = 13,5/14 bilhões de anos) que originou basicamente Hidrogênio, Hélio e Lítio [Veja aqui], mas sim de processos de fusão termonuclear dentro de estrelas altamente massivas [Veja aqui] e que depois explodiram em supernovas ‘semeando’ nebulosas proto-estelares como a que provavelmente deu origem ao nosso sistema solar e aos planetas rochosos como a terra cerca de 5 bilhões de anos atrás. Além domais existem os isótopos derivados do decaimento destes isótopos ditos ‘primordiais’ (que foram formados no interior das estrelas e que tem meias-vidas longas), os chamados ‘radionuclídeos secundários’, que tem meias-vidas mais curtas, além daqueles formados pela ação de radiação cósmica (‘radionuclídeos cosmogênicos’) que são continuamente formados [Veja aqui]
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Literatura Recomendada:
MacRae, Andrew Radiometric Dating and the Geological Time Scale: Circular Reasoning or Reliable Tools? The TalkOrigins Archive [Text last updated: October 2, 1998; Links updated: September 12, 2004]
>Grande abraço,
Rodrigo