Saturday January 28, 2012
<a href="https://adenine-thymine-guanine-cytosine.tumblr.com/" style="text-decoration:underline;">adenine-thymine-guanine-cytosine</a>: Pode sugerir alguns artigos/livros sobre como surgiram os seres multicelulares? E se puder falar um pouco sobre também, só pra dar uma introduçãozinha.
Tradicionalmente o principal modelo de estudos da evolução da multicelularidade são as algas volvocinas que incluem desde a Chlamydomonas, um organismo unicelular, até o conhecido Volvox, um gênero de organismos cujos representantes possuem alguns milhares de células e exibem algum tipo de divisão de tarefas entre elas. Neste grupo de organismos podemos estudar vários dos passos importantes para a evolução da multicellularidade.
Mas está ultima semana saiu um artigo no PNAS sobre o tema, fruto do trabalho, principalmente, de Will Raticliff e Mike Travisano que conjuntamente com outros pesquisadores desenvolveram um novo sistema para estudar, de forma replicável, a evolução da multicelularidade a partir de uma cepa (Y55) de levedura da espécie S. cerevisiae em laboratório.
O trabalho deles já havia sido comentado por nós no evolucionismo (aqui) e com a publicação oficial dos resultados em uma revista científica, soltamos outro artigo e uma tradução de um post sobre o assunto de um dos autores, respondendo à algumas críticas criacionistas que erram feio nas intenções do trabalho e em sua relevância.
Nestes textos e nos artigos que os motivaram são discutidas algumas das questões relacionadas a evolução da multicelularidade e, neles, também podem ser encontradas mais referências sobre o assunto. Algumas das questões mais teóricas pertinentes a evolução da multicelularidade são também abordadas em um post nosso sobre a evolução da cooperação, assim como a questão da mudança entre os níveis de seleção que também é um ponto discutido no artigo de Raticliff e colaboradores (2012) que inspirou os posts recentes.
Entre as questões mais investigadas estão a passagem das adaptações individuais para adaptações grupais que incluem a ‘abdicação’ da reprodução direta por algumas das células que assumem funções de suporte (como nossas células somáticas) que permitem outras células (as germinativas) concentrarem-se na reprodução. Essas mudanças acarretam em certos custos para as células que não se reproduzem (seu DNA e, portanto, suas características não seriam passadas diretamente às próximas gerações) que geram conflitos e esses conflitos podem ser resolvidos de diversas formas de acordo com uma série de fatores, como a similaridade genética entre as células, seu nível de co-dependência, as vantagens de estar em um grupo e a pŕopria diferença no sucesso de propagação de diferentes grupos.
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Literatura Recomendada:
Alberts B, Johnson A, Lewis J, et al. Molecular Biology of the Cell. 4th edition.New York: Garland Science; 2002. [Especialmente este capítulo)
Nowak, M. (2006). Five Rules for the Evolution of Cooperation Science, 314 (5805), 1560-1563 DOI: 10.1126/science.1133755
Kirk DL. A twelve-step program for evolving multicellularity and a division of labor. Bioessays. 2005 Mar;27(3):299-310. Review. PubMed PMID: 15714559.
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Sadava, David, Heller, H. Craig, Orians, Gordon H., Purves, William K. & Hillis, David M. (2009) Vida: a ciência da biologia - 8.ed.Volume II: Evolução, diversidade e ecologia editira Artmed ISBN: 9788536319223
Ratcliff, William C., Denison, R. Ford, Borrello, Mark and Travisano, Michael Experimental evolution of multicellularity. Proceedings of the National Academy of Sciences, January 17, 2012 DOI: 10.1073/pnas.1115323109.
Grande abraço,
Rodrigo