Tuesday May 01, 2012
Anonymous: queria saber se os insetos prehistoricos(cupins, vespas, que eram maiores) criavam colonias de barro como hoje. se sim, de que tamanho seriam estas?
Alguns insetos realmente eram maiores, como certas libélulas por exemplo, mas isso ocorreu, especialmente na era paleozóica, no carbonífero, período durante qual a concentração de O2 era bem mais alta que a atual (chegando a cerca de 35% comparados com os 21% atuais), mas isso não foi verdade para todas as épocas e para todas as espécies de insetos. Temos também evidências na forma de colônias de insetos, principalmente de formigueiros, fossilizadas (um tipo de icnofóssil) em que o padrão de túneis e galerias ficou relativamente bem preservado, o que permitiu que se atribuísse alguns deles, provisoriamente, a alguns grupos modernos de formigas já existentes há milhões de anos, mas outros ainda são de grupos desconhecidos. Sobre os tamanhos, até onde pude verificar, eles são equivalentes aos das colônias de insetos atuais, ainda que a literatura seja bem vasta e eu não tenha feito uma procura exaustiva. Contudo, não creio que os formigueiros fósseis fossem muito maiores que os das espécies atuais, pois eles são de períodos posteriores ao paleozóico, em que as concentrações de O2 já não eram tão mais altas, o que coloca limites fisiológicos no sistema respiratório traqueal deste tipo de invertebrado, indicando, portanto, que as formigas responsáveis por estes formigueiros não deveriam ser particularmente grandes e, desta maneira, não deveriam ser muitos maiores que as atuais.
Os icnofósseis mais complexos que conhecemos e que podemos identificar como colônias de insetos, por exemplo, datam do Mesozóico, era que sucedeu o paleozóico, e foram construídos por cupins (Isoptera), abelhas (Hymenoptera: Apoidea), vespas (Hymenoptera: Apoidea e Vespoidea) e formigas (Hymenoptera: Formicidae).
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Literatura Recomendada:
Tschinkel, W. (2003). Subterranean ant nests: trace fossils past and future? Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 192(1-4), 321-333. Elsevier.
Smith, J. J., Platt, B. F., Ludvigson, G. A., and Thomasson, J. R. (2011). Ant-nest ichnofossils in honeycomb calcretes, neogene ogallala formation, high plains region of western kansas, U.S.a. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.
Wilson, E. O., & Taylor, R. W. (1964). A fossil ant colony: new evidence of social antiquity. Psyche, 71(2), 93-103. Cambridge Entomological Club. Retrieved from http://antbase.org/ants/publications/3511/3511.pdf
Harrison, J. F., Kaiser, A., & VandenBrooks, J. M. (2010). Atmospheric oxygen level and the evolution of insect body size. Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, 277(1690), 1937-1946. The Royal Society. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20219733
Berner, R. A., Beerling, D. J., Dudley, R., Robinson, J. M., & Wildman, R. A. (2003). Phanerozoic Atmospheric Oxygen. Annual Review of Earth and Planetary Sciences, 31(1), 105-134. Annual Reviews. Retrieved from http://arjournals.annualreviews.org/doi/abs/10.1146%2Fannurev.earth.31.100901.141329
Hasiotis, S. (2003). Complex ichnofossils of solitary and social soil organisms: understanding their evolution and roles in terrestrial paleoecosystems. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 192(1-4), 259-320. Retrieved from http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0031018202006892
Grande abraço,
Rodrigo