Wednesday May 02, 2012
<a href="https://srjsoftware.tumblr.com/" style="text-decoration:underline;">srjsoftware</a>: Os seres vivos que estão vivos se submetidos á datação radiométrica teriam a mesma idade certo? Se eles morressem e virassem fósseis os seus átomos decairiam e poderíamos determinar a sua idade depois. No entanto os átomos nos seres vivos também decaem, e a matéria que os forma volta para a terra e formam outros seres vivos. Como a medição é eficaz se a matéria dos seres vivos também decai? Toda a matéria não deveria ter a mesma idade?
Boa pergunta, mas isso tem uma explicação simples. Isso ocorre pelo simples motivo deles estarem vivos, portanto, incorporando carbono-14 novo (em geral formado nas camadas superiores da atmosfera por ação da radiação cósmica), estando em equilíbrio na atmosfera, e se livrando do mesmo antes que eventualmente tenha decaído apreciavelmente, o que ‘zera’ constantemente o relógio radiométrico.
Então, apenas quando eles, os seres vivos, morrem e o processo de renovação para, é que o ‘relógio radiométrico’ começa sua inexorável (probabilisticamente falando) contagem regressiva. Lembrando que é também importante calibrar o método, tendo em vista as concentrações de C-14 atmosféricas para que não influenciem muito na proporção de C-14 remanescente e das espécies derivadas confundindo a estimativa via decaimento radioativo. Alem disso, é importante ter em mente que as datações deste tipo têm uma certa margem de erro e um limite máximo que, se eu nao me engano, fica entre 50000 e 60000 anos, além do qual, outros radioisótopos deverão ser empregados. Mas em linhas gerais, o mesmo vale para outros métodos de datação, por exemplo, utilizados na datação de sedimentos onde fósseis são encontrados e que empregam outros pares de radioisótopos (pais e filhos) de meias-vidas bem mais longas. Contudo ao invés dos mecanismos fisiológicos e metabólicos, envolvendo assimilação e eliminação de C-14, são os processos de formação de certas rochas que a partir de um certo ponto as isolam de eventuais trocas de isótopos com o ambiente, iniciando o tic tac do relógio radiométrico.
__________________________________
Literatura Recomendada:
Hazen, Robert M. How Old is Earth, and How Do We Know? (2010) Evolution: Education and Outreach 3: 2 198-205 DOI - 10.1007/s12052-010-0226-0
MacRae, Andrew [Text last updated: October 2, 1998] Radiometric Dating and the Geological Time Scale: Circular Reasoning or Reliable Tools? The TalkOrigin Archive http://www.talkorigins.org/faqs/dating.html
Uma boa dica é o verbete da wiki sobre o assunto e este PDF, além disso se vc tiver a oportunidade também tente encontrar o livro “BONES, ROCKS AND STARS: THE SCIENCE OF WHEN THINGS HAPPENED” de Cris Tuney.
Grande abraço,
Rodrigo